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Atenção à boca do paciente em UTI


Hoje em dia, todos nós já temos muita clareza de como uma boa higiene oral pode ser fundamental para a saúde sistêmica.


A cavidade bucal é o primeiro portal de entrada para microrganismos patogênicos respiratórios que causam infecções, sendo a pneumonia uma delas. Essa doença é de alto custo e representa uma significativa causa de morbidade e mortalidade, diagnosticada em muitos casos 48 horas após a internação do paciente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).


Algumas medidas preventivas, prescritas pela área da Odontologia, precisam ser vistas com mais atenção por parte dos hospitais e centros de terapia intensiva, como uma maneira de diminuir as incidências de pneumonia e complicações em pacientes.



Recomenda-se:

  1. Escovação dos dentes com creme dental com flúor, sempre que o estado do paciente assim o permitir.

  2. Aplicação de espátula com gaze, embebidos em solução de gluconato de clorexidina a 0,12%, sobre toda a mucosa bucal, gengivas, dentes, língua e palato; duas vezes por dia, de 12/12 horas.

  3. Hidrataçāo dos lábios com  protetor labial, evitando o ressecamento.


A pneumonia por aspiração é o tipo mais comum de pneumonia nosocomial ou hospitalar e é uma infecção do parênquima pulmonar causada por diferentes tipos de agentes etiológicos, entre eles bactérias, fungos e vírus. A boca contém quase metade das bactérias comensais do corpo humano, cerca 300 a 500 espécies.


A ausência de atenção com a higiene bucal e a diminuição do fluxo salivar resulta no aumento da quantidade e complexidade da placa dental, que pode favorecer a interação bacteriana entre bactérias indígenas da placa e patógenos respiratórios como P. aeruginosa e bacilos entéricos.

Essas interações podem resultar na colonização da placa dental pelos patógenos respiratórios. A placa dental pode, além disso, atuar como um reservatório para a colonização dos patógenos respiratórios, que podem ser encontrados na saliva.


A pneumonia é uma infecção debilitante, em especial, no paciente idoso e imunocomprometido. Nos hospitais, a pneumonia nosocomial exige atenção especial. É a segunda causa de infecção hospitalar e a responsável por taxas significativas de morbidade e mortalidade em pacientes de todas as idades, e engloba de 10% a 15% das infecções hospitalares.


A literatura tem demonstrado, de maneira clara e vigorosa, a influência da condição bucal na evolução do quadro dos pacientes internados. Estudos indicam que pacientes de UTI apresentam higiene bucal deficiente, principalmente à quantidade e à complexidade do biofilme bucal, doença periodontal que aumenta com o tempo de internação, o que pode ser uma fonte de infecção nosocomial, um vez que as bactérias presentes na boca podem ser aspiradas e causar pneumonias de aspiração.


Portanto, nós, profissionais da Odontologia, temos de alertar e pedir mais atenção à higiene bucal de pacientes em UTI. Familiares das pessoas internadas, por sua vez, devem estar atentos e procurar saber das instituições hospitalares quais são os cuidados de praxe tomados com os pacientes nesse sentido.


Marlei Bonella Zorzal, Periodontista e Implantodontista

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