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Precisamos falar sobre este sorriso

Atualizado: 28 de ago. de 2020


ALBERTO E. RODRIGUEZ/GETTY IMAGES


Assim como Gaten, seu personagem Dustin, em Stranger Things, tem displasia cleidocraniana.


Você pode até não ser fã de séries, mas, se usa redes sociais, certamente este simpático sorrisinho “banguela” passou pela sua frente em algum momento nos últimos tempos. Para quem ainda não sabe, trata-se do ator Gaten Matarazzo, de 13 anos, que deu vida ao carismático Dustin, da série Stranger Things, lançada recentemente pela Netflix.


Assim como Gaten, Dustin tem uma condição genética chamada displasia cleidocraniana, que retarda o crescimento dos dentes.


Na história, que gira em torno do misterioso desaparecimento de um garoto, numa pequena cidade norte-americana nos anos 1980, o jovem Dustin e mais dois outros amiguinhos nerds vivem várias aventuras, tentando desvendar o mistério, enquanto enfrentam também várias situações de bullying. A falta de dentes do pré-adolescente é sempre um dos alvos prediletos para as provocações dos valentões.


Infelizmente, sabemos que crianças podem ser mesmo muito cruéis umas com as outras – sobretudo em ambientes onde a inclusão e a conscientização a esse respeito não são bem trabalhados pelos adultos responsáveis. Mas em vez de um personagem oprimido e traumatizado por sua condição, o que vemos no pequeno Dustin/Gaten é um menino muito esperto, despachado e bem informado sobre o seu problema. E lida com isso com uma desenvoltura de dar inveja em muita gente crescida!


Com tanto carisma, a popularidade conquistada pelo personagem foi tão grande, que virou moda nas redes sociais querer levar o Dustin/Gaten para casa. São milhares e milhares de posts com pessoas declarando a sua vontade de adotá-lo ou de ter um filho exatamente assim, como ele. Fofo, não é?

Uma abordagem positiva como essa, envolvendo um problema odontológico, é muito bem-vinda em uma série de grande repercussão.


Para muitas crianças e jovens, falhas na dentição, más-formações e problemas ortodônticos, além de todos os problemas funcionais que acarretam, inúmeras vezes significam também o enfrentamento de dificuldades para se socializar, insegurança diante dos coleguinhas, inibição e vergonha. Mostrar que nem todo mundo tem naturalmente os dentes em perfeitas condições, dando lugar a personagens que enfrentam com naturalidade os tratamentos de que necessitam, é um bom começo de conversa.


Na série, o garoto sempre afirma que seus dentes irão crescer e que isso é uma questão de tempo. Ainda não sabemos como o caso será conduzido numa eventual segunda temporada. Mas, na vida real, fotos do ator com o sorriso completo já andam surpreendendo os fãs. Segundo consta, em maio deste ano, após a gravação dos episódios, ele passou pela primeira cirurgia para correção do problema. E continua tão carismático e fofo como antes!


Estamos na torcida por você, Gaten!


SAIBA MAIS SOBRE A DISPLASIA CLEIDOCRANIANA

– Displasia é um termo geral usado para designar o surgimento de anomalias durante o desenvolvimento de um órgão ou tecido corporal, em que ocorre uma proliferação celular que resulta em células com tamanho, forma e características alteradas.

– No caso da displasia cleidocraniana, uma alteração genética leva a uma displasia esquelética, afetando principalmente a formação, o desenvolvimento e a erupção dos dentes, sendo que a condição também pode afetar o desenvolvimento de outros ossos, como a clavícula e alguns ossos da face.

– Pacientes com a doença geralmente apresentam retenção de dentes decíduos – isto é, alguns ou mesmo todos os dentes temporários (“de leite”) não erupcionam (não nascem) – e, após nascerem, demoram a cair. Os dentes permanentes também apresentam atraso no seu desenvolvimento e erupção, podendo, muitas vezes, serem em menor número.

– Além do impacto estético, com atraso no desenvolvimento das dentições, a displasia cleidocraniana gera uma série de comprometimentos funcionais. A mastigação, a fala e a respiração são diretamente afetadas pela questão dentária.

– O tratamento para esses casos geralmente é cirúrgico, exigindo, muitas vezes, a extração dos dentes de leite (descíduos) e o tracionamento (por meio de tratamento ortodôntico) dos dentes permanentes. Em muitos casos, há a indicação de uma prótese total, enquanto a criança e/ou adolescente não atinge a maturação óssea e, por volta dos 18 – 20 anos (momento em que normalmente a maturidade óssea é atingida), inicia-se o planejamento do tratamento com implantes.

– O devido acompanhamento odontopediátrico, iniciado desde os primeiros meses de vida da criança, também é muito importante para a detecção precoce dessa situação. Além do tratamento odontológico, no tempo correto, a criança deve também receber apoio fonoterápico para uma melhor adaptação, antes, durante e depois das intervenções.

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